sábado, março 15, 2008

Procura morta

Recuso-me a mergulhar a procura
Das palavras que se recusam a constar no poema
Sem sucesso, mil poetas as buscaram
Lívidas, nobres e voláteis
Valho-me, então, do dispensável, desprezível
Pretender ao ouro nos torna pó
Não luzir à grafite
Pelo avesso do verso
Mais que anoitecer o papel

5 comentários:

Jorge Elias Neto disse...

Lindo poema!
Concordo com vc.
Esta semana escrevi o poema abaixo.
Vou deixá-lo aqui, como presente.

Régua quebrada



Não me importo
em numerar as penas do cisne.

Versejo
com apetite.

Cato palavras de aluvião.

Sou sapo de língua comprida catando mosca.

Insisto na ingenuidade da metamorfose.
(só sei transformar sapato em borboleta)

Abraços,

Jorge Elias

Hanne Mendes disse...

Transformar sapato em borboleta? Me ensina?

Beijos. Obrigada pelo [belo] poema.

Oliver Pickwick disse...

De fato, sempre existirá a busca por algo que já sabemos que jamais será encontrado. Como você mesmo disse, algo como o alquimista buscando [eternamente] a fórmula do ouro.
No entanto, esta busca sem fim, também é responsável pelo luzir dos seus versos.
De todos os seus trabalhos que li aqui, este é o melhor.
Beijos!

Opuntia disse...

Q lindo metapoema! Pareca q qdo as palavras (não) vêm é q os poetas fazem os mais belos poemas.

Bjos!

Zzr disse...

Olha quem está aqui ^^

Te coloquei no meu blog.


Beijoss