Os homens bonitos se apaixonam pelas mulheres bonitas, os homens feitos também, e é ai que começa a maioria dos problemas.
Ubaldo era feio de pai e mãe, como ele mesmo dizia, e logo depois de dizer, sorria seu sorriso incompleto.
Ubaldo era feio desde o princípio. Nasceu prematuramente, e como todo espetáculo que estréia sem estar pronto, não fez sucesso.
Quando criança, era sempre o último escolhido pra tudo: time de queimada, trabalho em grupo, par de quadrilha... Entrar segurando alianças em casamento? Nem pensar!
Logo chegou a adolescências, e Ubaldo que já era feio ficou ainda pior por causa das malditas espinhas.
Um dia passando por uma das ruas que levavam ao centro da cidade, viu Marina, e Marina era bonita. Era estranha a sensação de Ubaldo, ele queria chegar perto, mas faltava-lhe coragem para falar com ela, — Ela é tão bonita, suspirava.
O rapaz ensaiou, gaguejou e nada, Marina passou por ele sem que ele conseguisse dizer palavra.
Ubaldo olhou pra trás assustado, como se ela não tivesse ouvido o que ele por um instante imaginara ter falado, mas logo percebeu que não fora capaz nem disso.
No outro dia, Ubaldo resolve ficar de plantão naquela rua, até que visse a moça novamente “enfeitar o ar com sua presença”. Ele já tinha tudo em mente: decorou três poemas, seus, e uma música do Wando, para impressionar.
Ao fim de quatro horas e meia, lá vem, no final da rua, Marina, linda como no dia anterior. Ubaldo se prepara, disfarçadamente, cantarolando as sete notas, em ordem crescente e decrescente, faz polichinelo umas dez vezes e dá três pulinhos.
Chegou a hora, ele gagueja, gagueja e diz: — Qu-que horas são? E ela, dando uma meia-risadinha: — Desculpe-me, eu não tenho relógio.
sábado, novembro 29, 2008
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10 comentários:
Que horror. Tadinho...rs.
Fico feliz que, depois de tanto tempo sem postar algo realmente trabalhado, você presenteie seus leitores com um texto assim, demais. Não me surpreende essa escrita perfeita, mas confesso que fico besta só de ler. Ah, essa vai longe...
Beijo.
Mas Ubaldo se esquece que a beleza de Marina está no seu olhar. E, quem sabe, da próxima vez...
Passo sempre por aqui, em silêncio, e vou sentindo suas postagens.
Um abraço
Algumas vezes as pessoas entram e saem por aqui sem que eu perceba!!!
Volte sempre, então!
Abraço.
ela tem um nome muito bonito, hanne
o texto é fechado
simples
meigo
tem nem o que comentar
só brilhar os olhos
Espetacular!
Tive que rir no final,tadinho. rsrs
Beijo grande,saudade...
kkkkkkkkk
Adoro textos q terminam assim, sabe, vc vai lendo entra numa expectativa e quando chega lá no ápice da circunstância te quebra a sensação do esperado.
Tava lá no meu bloguito relendo aquele seu texto do lençol, ri novamente do texto q já li várias vz. Me deu saudade, pq há dias ñ venho aqui, vc tem demorado mais a postar daí fico relendo um montão de textos lá atrás, vim com o mesmo intuito. Encontro então as paredes pintadas, quadro novo pendurado, novos enfeites no aparador, flores na mesinha e um texto vip. Q casa chiq!
Adorei, beijoca moça.
eu, quase ubaldo, digo que continuo... mas só que lento e quase sem leitores...
um beijo, moça.
Estou aqui sentado no aeroporto de Salvador visitando os amigos.
Chego em seu Blog e me deparo com um rostinho fofo, um olhar meio "nipônico" e um novo texto que flui singelo e termina de forma apropriada, com um corte.
Um abraço,
Jorge Elias
Diga ao Ubaldo que eu até tenho relógio, mas ele tá sem bateria. Obrigada!
"Entrar segurando alianças em casamento? Nem pensar!"
Sei como ele se sente, eu nunca fui dama de honra...
(deu pra sentir uma pontinha de frustração, não?!)rsrs
Adorei, bem!
Beijo.
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