sábado, julho 12, 2008

Cortina

(...) Lembro de quando ele tirava-me os óculos para lavar. Jogava detergente e esfregava as lentes feito roupa suja, e, como lavadeira, não parava de falar.
Revendo a cena na tela da memória, imagino quais seriam as coisas que ele via e gostaria que eu visse mesmo assim, com minhas lentes turvas. Quais fatos passavam despercebidos pela miopia que me impede de enxergar alguns dias a frente do nariz?
Enxugava com papel-toalha e devolvia:
— Ta vendo melhor agora?
Por que cargas d’água eu respondia que sim?

7 comentários:

Zzr disse...

Lembrei de Miguilim. Quem esquece? Mas esse trecho me chamou atenção:

"Revendo a cena na tela da memória, imagino quais seriam as coisas que ele via e gostaria que eu visse mesmo assim"

Quem não quer que as pessoas enxerguem as coisas do nosso jeito? Não pensem como a gente pensa?

Adorei isso, bem.

Daiane Ayres disse...

Sarah disse tudo!

E quem não gostaria?

Linda, como sempre, amor!

Laila disse...

Realmente, como não lembrar do Miguilim?!..

Beijo, bem!

O Profeta disse...

E este Sol impõe a claridade
Pôs no celeste a Lua a bocejar
Perdi a conta das estrelas no céu
Ergui-me em bicos para as contar


Voa comigo sobre as emoções

Boa semana


Mágico beijo

Mésmero disse...

Ah, eu nem lembrei do Miguilim (só pra contrariar).

Pra acabar com esse embaçamento basta usar lentes de contato. rs

Anônimo disse...

enfim..consegui acessar seu blog. rsrs.. amiga desnaturada esta heim??mas não foi por falta de vontade vc sabe.não me surpreende ver a qt ele ta lindo, msm porque vindo de vc não poderia ser diferente..ahh e qt aos textos parece-me um mundo particular que eu nem me atrevo descrever, porque sei tão pouco de voce...

Hanne Mendes disse...

Você sabe muito de mim, é que o que tem aqui não sou eu, é simplesmente poesia. rs

Obrigada por aparecer, e por tudo o que você é.

Beijo.