domingo, setembro 09, 2007

Entardecer

Mesmo que fosse possível usar de uma só vez todas as palavras, as inventadas e as ainda ocultas, ainda assim seria impossível que alguém ao ler pudesse sentir a encantadora atmosfera repleta de sons e cores sincronizadas que fazem um poeta obedecer ao chamado do grafite.
Toda essa luz laranja é refletida em cada pedacinho distraído de nuvem e um distinto cavalheiro invisível convida as folhas a dançar. Ao passar de duas ou três canções todos são surpreendidos por uma sombra cinza, primeiro discreta, quase imperceptível, depois mais forte e forte, que luta com suas espadas afiadas colocando em risco, mais uma vez, a vida da doce tarde amarelada. Lutar contra parece impossível, ou ao menos improvável, é como uma moça que, antes resistente, pouco a pouco vai se rendendo ao afago de um amante carinhoso, e após um tempo é ela quem pede mais.
Depois, é como se toda a natureza sentisse o êxtase do descanso depois de um baile voluptuosamente regido de movimentos, luminosidade e som. Outros atores roubam à cena.

8 comentários:

Josely Bittencourt disse...

Som, cores, tempo e encantamento. Gosto muito das sensações q tudo isso envolve!
Mocinha, mui bueno!

besitos!

Unknown disse...

entardeço o crepúsculo do Bandit.

Flávio disse...

Se tudo que passasse aqui dentro pudesse sair e explodir em ato no meio das cenas da vida talvez eu nem mais estivesse vivo, mas talvez eu fosse o ser mais feliz de todos.

É como uma barreira, dura barreira, fria, inquebrável, que se põe à frente e deixa passar apenas o que bem entende.

Lembro do tempo que vi o vento girando as folhas no entardecer. Subi em um toco de pau no qual a cerca de arame farpado estava presa, e vi as folhas girando alto na minha frente. Sentia o vento, sentia tudo. Ele era imponente, apesar de fraco. Naquela hora me senti vento... me senti folha... eu voava em meio aos giros tonteantes da natureza... era agradável.

Bom, momento de lembranças de anos pós 13/14...

Adorei o material! Pena que não é tudo que estava passando aí dentro...

Flávio disse...

Cheiro, deixa eu te pedir algo: Se puder, confirma pra mim esse próximo Café Literário. Eu quero saber se será realmente no dia 18, semana que vem, pois surgiu uma outra possibilidade no mesmo dia e horário, mas deixei o Café em primeiro plano. Acaso não seja nessa data eu vou no outro evento (é um filme com discussão que terá em minha faculdade; entre alunos de direito e psicologia, além de professores e um cara da Petrobras).

Beijo doce!

Lili Cheibub disse...

Bonito demais, moça. leve, leve...
adoro!

beijos!

Mésmero disse...

Esse primeiro parágrafo me lembra até algo que escrevi, mas, que não passa nem perto de sua delicadeza e sensibilidade poética que estão intrísecos em sua narrativa matizada.

É bom saber que tem mais gente de Vila Velha envolvida com a literatura.

Hanne Baby, é? rs

Josely Bittencourt disse...

Pois é, depois tá com problema de coluna e não sabe pq! rs

Mas, o poema...

Sem mistério.

Liga não, boba, esse metido do Não-sei-porquê é um baita de um fingido que vive rabiscando meus poemas-manchas. rs

Beijão pro cê, viu?!

Ótima semana!

Flávio disse...

(1) Também adoro meu vocabulário, modéstia beeem a parte;
(2) Pra você eu toco até uma Aria, (se eu aprender);
(3) É, provavelmente eu devo ir, sim, ao Café, e agora descobri que estarei burlando dois eventos, rs. Tudo por valorizar a Arte. Espero que a discussão seja boa e que eu consiga fazer minhas perguntinhas felizes.

Beijo!
"Boa noite, e se eu não te ver depois, bom dia e boa tarde!"