domingo, setembro 30, 2007

Jogo do bicho


Não se conhece as mulheres como os homens as conhecem. Tenho dezenas de amigas e – sem que eu saiba – deve haver dentre elas mulheres espetaculares, sedutoras, misteriosas.
Uma mulher só é uma mulher de verdade frente a um homem, entretanto não basta ser um homem, precisa ser um homem que a instigue, que atice o potencial dela, precisa ser um homem sutil e que sutilmente adentre por suas vias, seus caminhos, seus labirintos, e que ela só se dê conta quando já tiver sido completamente tomada.
Mulheres nascem potencialmente fatais, umas passam a vida inteira assim, outras descobrem o potencial – ou têm o potencial descoberto – já no meio-fim da vida, algumas – poucas – entram nessa cedo, cedo a ponto de aprimorar o tal “quê” fatal, aperfeiçoando-o a ponto de torna-lo uma arma de guerra. Esse último tipo feminino é o melhor (ou pior), elas são perversamente doces (ou docemente perversas), seus sorrisos são inconscientemente ensaiados, venenosos, deliciosos. São felinas da melhor (pior) espécie, são vorazes, perigosas. Pobres (ou ricos) os homens que entram em sua trama, que desvendam parte de seus mistérios, que correm os riscos.
Contudo existem homens – bem poucos – que se aventuram a adentrar pelas portas do paraíso (ou inferno). Com alguma habilidade e um pouco de coragem eles vão, pouco a pouco, quebrando muros, invadindo territórios, revertendo a água todo o fel que pode haver nesse novo mundo. Eles sucumbem-lhes os instintos, domando temporariamente às feras.
Assim, encontram-se, felino e presa (ou seria o contrário?) olham-se de longe, avaliam-se, presumem, supõem. Ele arrisca, ela avalia, ele aproxima-se, ela sorri, ele se encanta.

Pede
Concedo
Fala
Ouço
Sorri
Falo
Observa
Sorrio
Oferece
Aceito
Bebe
Bebo
Beija
correspondo
Sonha
Realizo
Perde
Ganho

13 comentários:

l. p. disse...

Gostei especialmente do comecinho da terceira frase, do "meio-fim" e do fim.

Hanne Mendes disse...

Lucas: A sua cara esse comentário!
Breve e carregado de conteúdo.
Abraço.

Miguel: Acho q esse placar tá errado, não? Até onde eu me lembre tava 17a.
Abraço.

Nelson Martinelli Filho disse...

"(...)seus sorrisos são inconscientemente ensaiados, venenosos, deliciosos."

Oi, amiga do meu amigo.
Gostei do que li, logo freqüentarei.

Um abraço.

Lili Cheibub disse...

Brilhante, moça!
Adorei!

Bjocas!

Mésmero disse...

Caramba!!

Você parece muito com uma colega minha!!!!!


Ainda não li o texto por isso não comentei.

Beijin

Mésmero disse...

http://www.orkut.com/AlbumZoom.aspx?uid=5194742204207854799&pid=14

É essa aqui ó.

Só que ela não escreve bem como você. hehe

E, se vocês não forem parecidas é porque não conheço você pessoalmente.

Hanne Mendes disse...

Mésmero: Em algumas fotos parece um pouco sim. Mas a coincidência mesmo é que ela, pelo que pude perceber nas fotos, Faz Ed. Física na Ufes, junto com uma amigona minha, que tá com ela em um das fotos... A Ádila!

Abraço.

Mésmero disse...

Não conheço a turma dela porque tenho que andar 9473837 quilômetros para chegar no prédio "dela".

Parece um pouco... mas você tem que descontar que não a conheço pessoalmente.

Mésmero disse...

Não sei por que, mas seu texto me lembrou um poema do Drummond que não sei o nome. Achei um trecho dele na net, se souber o nome me fale.

"Bom dia eu dizia a moça que de longe me sorria. Bom dia: mas da distância, ela nem me respondia. Em vão a fala dos olhos e dos braços repetia bom-dia à moça que estava, de noite como de dia, bem longe de meu poder e de meu pobre bom-dia."

Jorge Ferreira disse...

interessantes consideracoes...passo por aqui de vez em quando...sempre 'e bom...

Anônimo disse...

Voltei aqui pra ler o resto...menina, que resto q nada ! É tudo mesmo ! Vc escreve de uma maneira que exprime coisas que eu queria dizer a uma certa pessoa...Será que vc entrou em minha cabeça ? rsrs ou será que os sentimentos dos humanos são sempre assim ? Enfim...parabéns pela expressão única ! O texto das mulheres...acho pena q poucos homens tenham paciência para descobrir quão belas somos. O texto da estação é perfeito, já vivi aquilo ali, era eu ! eheheh...saudações que lancinam a alma, Adri (vou linkar vc, não em jeito !rsrs)

Hanne Mendes disse...

Mésmero: Não conhecia esse texto, mas Drummound é sempre um prazer.
Abraço.

Jorge: Obrigada pela visita, apareço lá também.
Abraço.

Adriana: Não que os sentimentos humanos seja igáis, mas acredito que muitas vezes a gente consegue falar com as palavras alheias, por exemplo quando recitamos um poema no ouvido, e os resultados são os mais diversos(...)
Eu também acho uma pena que poucos homes arrisquem-se a conhecer esse nosso mundo, mas os que entram fazem um estrago( ou diria um show?)
Obrigada pelos elogios, mesmo.
Beijo

Juan Filipe Stacul disse...

Olá Hanne.
Desculpe pela pobreza do comentário, mas estou numa correria danada:

Fico grato com a sua visita e maravilhado com seus textos. Em breve volto para uma visita mais cordial e um comentário à altura dos posts.
Quanto aos textos do Miguel, me fizeram viajar num mundo que eu nem lembrava mais que existia. Foi mágico!

Um grande abraço.